Nesta época, a mulher decidiu sair da obscuridade e
revelar-se mais, visto que na Idade Média, muito pouco podia fazer, decidiu
agora vir com novas exigências, principalmente a nível do seu aspecto.
O ideal medieval da dama aristocrática graciosa, estreita de ancas (região do quadril) e de seios pequenos, deu lugar nos finais do século XV e durante o século XVI, a um modelo de beleza feminina mais roliça, de ancas largas e seios generosos, que se iria manter até finais do século XVIII
O ideal medieval da dama aristocrática graciosa, estreita de ancas (região do quadril) e de seios pequenos, deu lugar nos finais do século XV e durante o século XVI, a um modelo de beleza feminina mais roliça, de ancas largas e seios generosos, que se iria manter até finais do século XVIII
As mulheres manifestaram uma tendência para se vestirem de
forma mais pudica (Tímida, envergonhada, reservada, recatada). Os seus vestidos
compridos e volumosos, revelavam uma cintura torneada ainda mais delgada pelo
uso do espartilho, e, quando os costumes mais liberais o permitiam, podiam
mesmo exibir um peito leitoso e adequadamente empoado e pintado com rouge.
O neoplatismo renascentista veio atribuir um novo valor à
beleza ao reconhecê-la como sinal exterior e invisível de uma “bondade”
interior e invisível. A beleza já não é considerada um trunfo perigoso, mas
antes um atributo necessário do carácter moral e da posição social. Ser bela
tornou-se uma obrigação, já que a fealdade era associada não só à interioridade
social, mas também ao vício. O invólucro (vestimenta, aquilo que envolve)
exterior do corpo tornou-se um espelho no qual o íntimo de cada um ficava
visível para todos.
Maria Aguiar
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